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CENFIM apto para formar na tecnologia de fusão de pó metálico a laser

18 Abril 2022

Núcleo de formação profissional da Marinha Grande é dos primeiros do país a dispor de uma máquina de fusão de pó metálico a laser, com a qual começou já a ministrar formação, bem como ações de divulgação junto das empresas. O objetivo é integrar esta nova tecnologia nos programas curriculares dos cursos destinados aos jovens, futuros quadros da indústria.


O Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica (CENFIM) tem disponível uma nova tecnologia para apoiar a indústria, sobretudo no sector dos moldes. Trata-se de uma nova máquina de fusão de pó metálico a laser. Esta é uma recente aposta do CENFIM, a nível nacional. O equipamento foi colocado no núcleo da Marinha Grande, uma vez que está inserido numa região com uma dinâmica empresarial muito forte, com as empresas a manterem uma aposta elevada nas tecnologias de vanguarda. A nível nacional, o CENFIM é dos primeiros centros de formação profissional a disponibilizar esta solução.


O equipamento e as suas potencialidades têm sido alvo de divulgação, seja junto das empresas, seja junto dos formandos. O objetivo é que, a curto prazo, esta tecnologia passe a fazer parte de alguns dos módulos de formação ou mesmo que dê lugar à criação de um novo curso.


Carlos Silva, coordenador do núcleo da Marinha Grande, conta que este centro tem, desde a sua criação, “a filosofia de trabalhar com tecnologia de vanguarda para acompanhar o desenvolvimento da indústria”. Nos últimos anos, com a rapidez verificada na evolução das tecnologias, o Centro tem procurado responder às necessidades das empresas. “Temos de ter as tecnologias, de forma a dotar de conhecimento os formandos e prepará-los para que assegurem as melhores respostas quando forem para as empresas”, defende.


A máquina de fusão de pó metálico a laser é um desses exemplos. O CENFIM espera conseguir vir a integrar esta tecnologia nos cursos que ministra. No entanto, essa decisão está nas mãos da Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional (ANQUEP). “As instituições vão sugerindo e propondo. É isso que estamos a fazer”, explica, contando que, após a receção da máquina – que chegou no final de 2020 ao núcleo da Marinha Grande – a prioridade foi criar um grupo de docentes com conhecimento das suas potencialidades. Neste momento, considera, “esse conhecimento está já consolidado, as potencialidades da tecnologia foram testadas e verificadas” e, por isso, o centro está em condições de começar a formar técnicos nessa área.


Apesar de ter nos seus núcleos, desde 2015, o ‘3D Printing’, o CENFIM ainda não tinha esta tecnologia aplicada ao metal. “Mas é por aqui que passa a nossa aposta, uma vez que se trata de uma tecnologia emergente”, da qual a maioria das empresas não tem, ainda, grande conhecimento. “Por isso, a nossa ação tem-se desenvolvido por passos: primeiro, foi necessário aprender para quando estivermos seguros, poder transmitir o conhecimento e ajudar a retirar vantagens desta solução”, explica Carlos Silva.




ESTUDAR E CONHECER

Nuno Boavida é, no núcleo da Marinha Grande, o docente responsável pelo novo equipamento. Nos últimos meses, conta, integrou uma equipa que esteve a analisar e testar as potencialidades da máquina, de forma a, posteriormente, fazer o acompanhamento da tecnologia nas empresas.


O facto de a máquina ter chegado em pleno período de pandemia, em 2020, “permitiu que houvesse maior disponibilidade para estudar, analisar, dedicar atenção a esta tecnologia e às suas potencialidades, antes de avançar para a sua divulgação”, conta, defendendo que “a pandemia não nos atrasou no desenvolvimento de competências em relação à máquina; pelo contrário: deu-nos possibilidade de explorar e conhecer”.


Ainda sem entrada nos programas formativos do centro, a tecnologia é, no entanto, apresentada aos jovens formandos. “Todas as turmas conhecem a máquina e é feita uma apresentação da tecnologia”, relata. E adianta que este ano letivo até começaram, na prática, a dar os primeiros passos na formação nesta tecnologia. Não nos cursos dos jovens formandos, mas numa turma de Educação e Formação de Adultos (EFA).


Segundo Nuno Boavida, a parte operacional desta tecnologia “exige maturidade” e, uma vez adquirida, o CENFIM avança então com o desenvolvimento de planos curriculares. E aqui, destaca a importância do modelo de formação colaborativa que o centro disponibiliza, colocando esta tecnologia ao serviço de outros núcleos do CENFIM.


“Queremos pessoas com conhecimento desta tecnologia, o que será uma mais-valia para a indústria e para as empresas. Muitas ainda não a têm, porque não conhecem e não conseguem ponderar os seus reais benefícios. Queremos prestar esse serviço à indústria, através de formação adequada do equipamento e estamos prontos para fazer isso”, sublinha.


Esta tecnologia, considera, “é ainda muito dispendiosa e não será fácil de rentabilizar se as empresas não tiverem uma estratégia bem definida sobre a sua utilização”. E salienta que que o objetivo da máquina é “criar peças que não podem ser feitas de forma convencional, por outros processos”. No seu entender, “a indústria vai, de forma natural, caminhar para este tipo de soluções. As tecnologias vão coexistir, retirando o máximo partido de cada uma delas”.





Fotos: CENFIM



Texto: Helena Silva
Publicação: Revista Molde, 133