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É uma associação inovadora no ensino superior em Portugal. A universidade do Minho e o Politécnico de Leiria criaram e vão lecionar em conjunto, o doutoramento em Fabrico Digital Direto para as Indústrias de Polímeros e Moldes. Com capacidade para para 15 alunos nesta fase, tem início previsto para fevereiro de 2021, estendendo-se por seis semestres, com aulas presenciais e online a decorrer simultaneamente nas instalações de ambas as instituições. As candidaturas serão abertas entre 07 e 18 de dezembro de 2020.
Com acreditação atribuída pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) para vigorar por um período de seis anos, o Doutoramento em Fabrico Digital Direto para as Indústrias de Polímeros e Moldes começou a ser pensado e concebido pelas duas instituições (que já desenvolvem projetos em parceria) há cerca de dois anos.
O ciclo de estudos será ministrado na Universidade do Minho, Campus de Azurém, em Guimarães, e no Politécnico de Leiria, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), envolvendo também diretamente dois centros de investigação, o Instituto de Polímeros e Compósitos da Universidade do Minho (IPC) e o Centro para Desenvolvimento Rápido e Sustentado de Produto do Politécnico de Leiria (CDRSP), avaliados pela Fundação pela Ciência e a Tecnologia com ‘Muito Bom’
e ‘Excelente’, respetivamente.
As atividades letivas e de investigação serão partilhadas por professores e investigadores da Universidade do Minho e do Politécnico de Leiria. O grau de doutor será conferido pela Universidade do Minho, no ramo de doutoramento em Ciência e Engenharia de Polímeros e Compósitos, Especialidade em Processamento e Projeto com Polímeros. A este ciclo de estudos poder-se-ão candidatar os titulares do grau de Mestre em Engenharia ou equivalente legal, os licenciados
em Engenharia em áreas afins, detentores de um currículo escolar ou científico especialmente relevante, e quem apresente um currículo escolar, científico ou profissional, que seja reconhecido pelo Conselho Científico da Escola de Engenharia da Universidade do Minho como atestando capacidade para a realização deste doutoramento.
Júlio Viana (Universidade do Minho) e Joel Vasco (Politécnico de Leiria) serão, respetivamente, o Diretor e Vice-Diretor do curso que tem ainda na sua direção António Pontes e Mário Correia, docentes em cada uma das instituições de ensino.
António Pontes, professor da Universidade do Minho, esclarece que este Programa Doutoral reflete, por um lado, “a atualidade e a importância da progressiva digitalização da indústria” e, por outro, “pretende também responder à necessidade do ensino centrado no aluno”.
Tecnologias relevantes
“A produção industrial, cada vez mais orientada para produtos funcionais ‘inteligentes’, muitas vezes ao nível do comportamento do(s) material(ais), com desempenhos nalguns casos dependentes do meio envolvente e de estímulos externos, leva a que diversos processos de fabrico integrados sejam estabelecidos ou que algumas tecnologias incluam diversos processos num só ciclo de manufatura”, salienta, lembrando que “neste contexto, têm emergido novas tecnologias, incluindo a descrição multiescala e digital de produtos, materiais, objetos e processos”.
Por tudo isto, este Programa Doutoral “incorpora o fabrico aditivo, incluindo também outros tipos (subtrativo, híbrido), desde que a informação para produção possa ser transmitida de forma digital direta”, afirma. Ora, estas tecnologias têm “grande relevância na indústria dos polímeros (e.g., impressão 3D) e dos moldes (p.e., impressão de insertos e componentes metálicos para moldes), e representam um desafio futuro”, considera ainda António Pontes, sublinhando que “estas indústrias necessitam de desenvolver e endogeneizar novos conhecimentos avançados, e formar e qualificar recursos humanos, que as adaptem às mudanças de paradigma de produção de peças com materiais poliméricos e compósitos”.
Joel Vasco começa por sublinhar que esta associação entre as duas instituições de ensino só foi possível “conjugando vontades”. Lembra, contudo, que a Universidade do Minho e o Politécnico de Leiria têm já “relações de longa data”, trabalhando em conjunto, há vários anos, no desenvolvimento de projetos, muitos deles para as indústrias de moldes e plásticos. Para Joel Vasco, esta associação entre as duas instituições permite dar um passo maior, uma vez que possibilita um prosseguimento dos estudos para muitos alunos, em particular os que frequentam o Mestrado em Engenharia para a Fabricação Digital Direta (já em funcionamento). Por outro lado, reforça o docente, trata-se de um curso que pretende também “potenciar a nossa indústria nacional neste sector”. Ou seja, responde aos desejos de levar o fabrico digital diretamente para o chão de fábrica.
Continue a ler esta notícia na Revista Molde, número 127 (pp.20 e 21).