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Desafios competitivos em 2020

30 Dezembro 2020

O recuo do consumo aparente de ferramentas especiais e de moldes na Europa está relacionado com um enquadramento complexo, em que a pandemia é o elemento mais recente, mas que tem a sua génese no período de tempo anterior. Em “O Molde” de julho de 2020 estes aspetos são desenvolvidos em profundidade. Incluem as alterações geoestratégicas resultantes da emergência da China como um oponente global, as transformações que incidem na exaustão de um período de desenvolvimento do multilateralismo e da expansão do comércio internacional.


Contudo, resultam, igualmente, do esgotamento de um modelo de consumo e de produção. Este processo foi acelerado pela Covid-19, mas tinha lugar, não só em resultado de fatores de insatisfação nos mercados de trabalho, ou num ritmo insuficiente de transformação produtiva, mas também em mudanças crescentes nos sistemas políticos, em parte como resultado dessa insatisfação e da identificação da incapacidade desses sistemas em darem resposta a esse descontentamento. O fraquíssimo crescimento económico da Alemanha nos últimos anos é um indicador relevante.


A reboque de uma resposta aos resultados da pandemia, a Europa conseguiu desenvolver uma solução política que envolve um pacote financeiro elevado disponibilizado numa fase imediata como recurso para os custos sociais e económicos da pandemia e, numa segunda etapa, como suporte à transformação industrial e ao investimento. Este empurrão é acompanhado da intenção de não só organizar as grandes linhas da política industrial da atual Comissão Europeia em torno de duas transições gémeas — a ecológica e a digital —, mas também de introduzir instrumentos legais e operativos que poderão produzir uma melhor regulação no investimento e no comércio internacional. A par dessa transformação política é acentuada a atenção dada às políticas industriais como base para uma maior autonomia estratégica da Europa e para a produção de resultados associados às transições gémeas no trabalho e na inovação.


Os resultados de mercado deste artigo evidenciam uma redução da atividade em 2019, que as estimativas confirmam em 2020. Esta situação resultou de uma diminuição do investimento em novos produtos e do consequente abandono ou atraso de novos projetos.


Existem dimensões positivas: a contínua melhoria da posição relativa da indústria portuguesa, quer do seu peso na produção europeia, quer da posição das suas exportações para a UE28 no consumo aparente europeu, apenas suavizada no último ano.


O lado positivo integra, do mesmo modo, uma maior diversificação de destinos, de que são exemplos, entre outros, o crescimento dos fluxos para Marrocos ou para Itália.


As dimensões negativas incluem a possibilidade de perda significativa de faturação — no pior cenário superior a EUR 200 milhões — quando comparada com os melhores anos, 2017 e 2018. O lado negativo inclui, também, o agravamento das condições competitivas, em particular no confronto com a sempre crescente posição das importações de origem chinesa.


Este conjunto de factos e as dimensões políticas desenvolvidas criam o enquadramento para a evolução do posicionamento competitivo. Este resulta de uma combinação de fatores e da qualidade relativa das dimensões associadas.


Por um lado, se o lead time (o tempo entre o início o fim do projeto) for determinante face ao desafio chinês, será necessário fortalecer um maior grau de automatização e implementar longos regimes de trabalho autónomo dos equipamentos. Este processo necessita de ser acompanhado pela geração de novos graus de eficiência, quer internos às empresas, quer a nível coletivo.


Por outro lado, o caminho da transformação industrial será igualmente gerador de um maior grau de diversificação e da criação de serviços e produtos de maior valor. Mas esta discussão merece outros formatos e outros tempos de trabalho.



Continue a ler este artigo no Market Report #31, disponível na Biblioteca Digital em www.cefamol.pt.