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VL Moldes, Imoplastic e Jetmol: «Qualidade do aço é requisito essencial para eficácia na injeção»

25 Maio 2021

É certo que quando pensamos na indústria de moldes, o aço é um dos primeiros materiais que temos em consideração. É essa liga metálica que, desde há décadas, é esculpida para criar as mais diversas peças, em vários tipos de polímeros. A exigência de indústrias como a médica ou a alimentar, bem como a necessidade de assegurar ciclos cada vez mais rápidos, têm levado os fabricantes a ser mais seletivos na escolha dos aços. É que estes são diferentes em função da sua origem. E essa diferença pode sair cara a quem produz. Algumas empresas de moldes para plásticos dão-nos conta do papel que tem o aço no processo de fabrico.

Quando a temática é aço, a diferença faz-se pela escolha de fornecedores. Estes devem ser altamente qualificados, de forma a dar segurança aos produtores de moldes. Em síntese, é desta forma que Jorge Gaspar, da VL Moldes, olha para esta questão.


Ao longo dos últimos anos, salienta, a indústria de moldes (portuguesa e mundial), “tem sido confrontada com o surgimento e a utilização massificada de polímeros cada vez mais técnicos e complexos”, sendo, por isso, imprescindível a “utilização de aços que garantam as propriedades exigíveis ao processamento desses mesmos materiais”. Por outro lado, para além desses novos requisitos, “também se tem vindo a assistir, por parte dos clientes, a um incremento no valor do número de ciclos de moldação como garantia do molde”, destaca ainda, concretizando que “para as mesmas condições em que há uns anos era exigida uma garantia entre 500 mil ou um milhão de ciclos, hoje estão a ser exigidos milhão e meio ou dois milhões de ciclos ou até mais”.


Face a isto, a forma que os fabricantes de moldes têm para diminuir os seus riscos é “socorrerem-se da utilização de aços provenientes de fornecedores qualificados”. E como garantem essa qualidade? “Mediante a emissão de um certificado de origem de produção”, esclarece, adiantando que são ainda anexadas informações sobre a composição do aço, a barra/lote da qual foi cortada a peça, permitindo desta forma “uma correta rastreabilidade, caso surja algum problema durante a vida do molde”.


No caso da VL Moldes, essa garantia é assegurada pelos aços europeus e, por isso, é neles que recai a escolha da empresa.



Imoplastic: garante de qualidade e longevidade

“O aço tem de ser escolhido em função de quatro questões essenciais: a quantidade de peças a produzir, se o molde necessita de ter mais ou menos longevidade, a configuração da peça plástica e, fundamentalmente, o material plástico a injetar”. Quem o defende é João Moita, da Imoplastic, para quem, numa escala de zero a cinco, o aço terá uma importância de um patamar abaixo do máximo. É, pois, de uma importância fulcral.


E para além da seleção ‘básica’ do tipo de aço, o processo de fabrico é complexo e exige outro tipo de decisões, que recaem noutros tipos de materiais metálicos. Exemplifica com o caso de alguns postiços, feitos por sinterização. “Têm de ser feitos e não pode ser pelo processo ‘normal’; tem de haver uma escolha de aço, mas em pó”, adianta. Aponta um outro exemplo de uma liga metálica que também entra nesta ponderação: “Utilizamos muito, também, o Ampcoloy, que permite a refrigeração mais rápida e eficaz de determinadas zonas”.


A escolha do tipo de aço a utilizar é feita, logo na fase inicial, pelo cliente, salienta. No entanto, e no caso da Imoplastic, “contrapomos outras soluções quando entendemos que a escolha não é a mais acertada”. Mas, sublinha, “normalmente, são os clientes quem maior conhecimento tem do processo de injeção, pelas experiências por que passaram e têm uma opinião mais concreta sobre os tipos de aço”.


São também os clientes quem, por norma, tem uma posição mais sustentada sobre as características das ligas dos aços. João Moita refere que os fabricantes desenvolvem essas características que vão melhorar a performance do aço, procuram dá-lo a conhecer aos produtores de plásticos e é, normalmente, a partir destes que esse conhecimento chega aos produtores de moldes. Esta etapa, no seu entender, teria ganhos se os fornecedores apresentassem, com maior regularidade, essa gama de inovações aos produtores de moldes.



Jetmol: evolução tem melhorado performance

António Anacleto, da Jetmol, considera que o aço tem um papel muito importante no processo de produção de um molde, destacando que as melhorias introduzidas pelos fornecedores de metais têm tido um peso significativo na qualidade. “Tem havido uma evolução na composição dos aços no sentido de melhorar a homogeneidade, a tenacidade, polimento e a maquinabilidade”, afirma, exemplificando que, “neste sentido, os aços 2343/2344ESR introduziram uma mais-valia no mercado”.


Explicando que a composição química do aço “deve ser adequada ao tipo de matéria-prima a injetar - tendo em consideração se é corrosiva ou abrasiva -, à dimensão da peça plástica, ao tipo de acabamento pretendido e também à cadência e produção prevista”, António Anacleto defende que “todos estes fatores são determinantes na seleção do aço mais adequado a cada projeto e, muitas vezes, decisivo na seleção de fornecedores”.


No caso da Jetmol, diz, “adquirimos o aço a empresas certificadas, maioritariamente com origem europeia”. E isto porque, sublinha, são essas que garantem uma maior qualidade e esse ponto é fulcral para a sua empresa.


No caso do preço, o aço tem, na Jetmol, um impacto “entre os 5 e os 10% no produto final”. Esta variação, adianta, “é determinada pelo tipo de ferramenta, dimensão e grau de complexidade”. E destaca que num mercado altamente competitivo, como é o caso da indústria de moldes, “todas as diferenças de preço são muito importantes, desde que não influam na qualidade do produto final”.


A seleção do aço a utilizar é feita, na sua maior parte, pelos clientes. “Operamos, essencialmente, no sector automóvel, pelo que os pedidos de cotação indicam, maioritariamente, a norma e até a referência do aço a utilizar”, conta, sublinhando que estas acabam por ser, algumas vezes, “meramente indicativas”. “Em qualquer dos casos, é da nossa competência e interesse, sugerir as melhores opções”, acrescenta.


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Texto: Helena Silva

Publicação: Revista MOLDE, 129 | Especial Aços e Revestimentos