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Entrevista

ANI: «A inovação é um processo colaborativo: avançar sozinho não é possível»

02 Agosto 2021

Tendo como missão definir linhas orientadoras para uma estratégia de inovação tecnológica e empresarial para Portugal, a Agência Nacional de Inovação (ANI) procura desenvolver ações destinadas a apoiar a inovação, contribuindo para o reforço da competitividade da economia nacional nos mercados globais. Para Joana Mendonça, a indústria de moldes é um bom exemplo de inovação ao apostar cada vez mais em projetos mobilizadores que agregam empresas e centros de saber. A responsável deixa um alerta: “em inovação, não é possível avançar sozinho”.



Como analisa a aposta na inovação e no I&D por parte da indústria portuguesa? O que já foi feito e o que está ainda por fazer?

Portugal cresceu muito na área da inovação. E, na realidade, cada vez conhecemos mais exemplos de inovação Portuguesa, em todas as áreas e todos os sectores. As empresas portuguesas têm aumentado as suas atividades de desenvolvimento de forma significativa nos últimos anos, representando já mais de metade do investimento total no país em Investigação e Desenvolvimento (52,5% - dados da DGEEC). Ainda há mais espaço para evoluir, e a meta estabelecida é que as empresas passem a representar 2/3 deste investimento.

Este desenvolvimento e aplicação de conhecimento são críticos para o aumento da competitividade em todos os sectores. É a forma que as empresas têm de se valorizarem. Penso que, hoje em dia, a grande maioria das empresas reconhece a importância da inovação. Teremos que dar continuidade a essa trajetória, permitindo a valorização de cada vez mais conhecimento.


No que diz respeito à indústria de moldes, como a posiciona no panorama nacional? O que é que a caracteriza e/ou diferencia neste contexto de inovação e I&D de outros sectores?

O ‘peso’ da indústria de moldes é uma questão que importa realçar. É um peso relevante, tanto a nível de emprego, como de contribuição económica, nomeadamente nas exportações. Deixando 2020 de lado – é um ano de exceção, particularmente difícil – o que temos observado é um crescimento na produção, nos últimos dez anos, por parte deste sector. O avanço mais importante é a sua contribuição para o valor acrescentado: detém um posicionamento competitivo e de criação de valor. Destaca-se, naturalmente, o aumento das exportações. Chamo a atenção para o que será, porventura, o seu fator mais critico: uma grande percentagem de fornecimento à indústria automóvel, reveladora de uma dependência muito grande de um único sector. Isto fragiliza os moldes, porque estão muito dependentes das variações do automóvel. Na crise de 2009-2010, e enquanto investigadora, tive oportunidade de visitar muitas empresas de moldes, e até o CENTIMFE, e conhecer relativamente bem esta indústria que é muito interessante para estudar.


A Indústria 4.0 tem vindo a ser encarada como uma mudança de paradigma. Na prática, como está a assistir a esta transformação do meio empresarial: o que mudou ou o que está a mudar?

A Indústria 4.0 e a Digitalização da produção são uma tendência que vai continuar a acentuar-se. Lembro que, nesta pandemia, tivemos de adaptar métodos de trabalho e de comunicação. Esta transformação, a nível social, teve impacto na forma de trabalhar das empresas e acelerou o processo de digitalização que já estava a decorrer.



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Texto: Helena Silva
Publicação: Revista Molde, 130 (pp.45-46)