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Um projeto mobilizador da indústria para a indústria, com grande enfoque na inovação, que permitiu pensar e trabalhar na criação de novas ferramentas e métodos, priorizando o controlo de tempo e custos, mantendo a qualidade e melhorando a produtividade. Assim foi apresentado o ‘Tooling 4G’ num webinar, realizado no dia 27 de outubro, que teve o objetivo de apresentar os resultados do projeto.
Durante quatro anos, o ‘Tooling4G’ reuniu 30 participantes, 20 dos quais empresas, enquanto os restantes foram entidades do sistema científico e tecnológico (como o CENTIMFE e várias universidades).
Os principais desafios foram ultrapassados e, no entender dos que integraram o projeto, o balanço foi positivo. Apesar dos meses desafiantes impostos pela situação pandémica de Covid-19, “foi possível atingir os objetivos e trazer um saldo positivo à indústria”, considerou António Pina, da Aníbal H. Abrantes.
Falando sobre os desafios do projeto, António Baptista, do CENTIMFE, destacou o seu “elevado conteúdo tecnológico e de inovação”, considerando que se afirmou como “foco dinamizador de capacidades e competências científicas e tecnológicas”. No seu entender, “foi essencial a colaboração entre as empresas e as entidades científicas e tecnológicas, de forma a promover a incorporação e exploração das soluções desenvolvidas e a sua disseminação pela indústria”, de forma a permitir o acesso a “patamares mais elevados de competitividade”.
O projeto, destacou, nasceu no cluster ‘Engineering & Tooling’, procurando “aportar competências no âmbito da Indústria 4.0, sobretudo no que diz respeito às necessidades elencadas (e transversais ao sector) de maior agilidade e incremento de qualidade”, no âmbito da meta de alcançar a produção ‘zero defeitos’. “O saldo foi positivo, com a criação de mais valor, novos produtos e novos mercados”, enfatizou.
Tendo sete áreas prioritárias: zero defeitos, indústria 4.0, fabrico aditivo, revestimentos funcionais, robótica colaborativa, realidade aumentada, e one shot process, o projeto permitiu alcançar alguns dos desafios, como o fabrico direto digital na produção de moldes e ferramentas especiais, o controlo inteligente do processo de injeção, a injeção de peças bimaterial num único ciclo de moldação, o sistema de digitalização em chão de fábrica e as cadeias de produção sustentáveis. Os exemplos práticos destes resultados foram apresentados pelas entidades e empresas participantes.
Melhor produção
Artur Mateus, do Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentável do Produto (CDRSP), Luís Oliveira (INEGI) e Luís Santos (Erofio) abordaram a questão do fabrico direto digital na produção de moldes e ferramentas especiais, explicando a forma como, integrando tecnologias e os processos subtrativo e aditivo, é possível melhorar a produção.
Já António Pontes, da Universidade do Minho, Marco Dias (GLN) e Pedro Prates (Universidade de Coimbra) falaram sobre a área do controlo inteligente do processo de injeção, dando ênfase à importância dos sistemas ligados e interligados com algoritmos de inteligência artificial.
Rui Baptista, do IST, Nanci Alves (TJ Moldes) e Nuno Salgueiro (Aníbal H. Abrantes) explicaram os passos em que trabalharam, no âmbito da injeção de peças bimaterial (plástico-metal) num único ciclo de moldação, com molde multiprocesso, concluindo ter conseguido alcançar benefícios que permitiram acrescentar maior simplicidade ao processo.
Ricardo Freitas, do CENTIMFE, Nelson Marques (InCentea), João Pereira e Hugo Costelha (Politécnico de Leiria) desenvolveram a temática do processo de sistema de digitalização em chão de fábrica, que, explicaram, permitiu a recolha de informação de diferentes fontes, o seu tratamento de forma a retirar dados e, ao mesmo tempo, identificar a localização do produto, melhorando o processo e reagindo em tempo real.
Já Elsa Henriques, da Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento (FLAD), desenvolvendo a temática das cadeias de produção sustentáveis, considerou muito importante a produção zero defeitos como enorme contributo para a sustentabilidade, ao mesmo tempo que sublinhou que a indústria tem dado passos no sentido de apostar em processos que minimizam os impactos ambientais, conservando energia e recursos, e mantendo a viabilidade económica, seja nas operações ou nos produtos.
O webinar contou com uma assistência virtual, composta por mais de oito dezenas de pessoas, na sua maioria profissionais do sector.